Uma grande aposta do cinema são as adaptações literárias.
Esta parece ser uma tarefa de fácil execução, afinal para surgir à moldagem
para as telas a obra já terá seus alucinados fãs, prontos e animados para verem
suas histórias ganharem vida, e algumas vezes, um maior reconhecimento. Porém,
ao pensar nelas, infelizmente não são pelos aspectos positivos que se tornam
memoráveis.
A lista é imensa e para começar separamos dois exemplos:
1. Percy
Jackson e os Olimpianos:
A saga do garoto semideus – cujo serviu de inspiração para
a criação do nome de nosso blog – ganhou sua adaptação no ano de 2010, com a
chegada da primeira parte da aventura, Percy Jackson e o ladrão de raios.
Já a segunda tentativa, Percy Jackson e o mar de monstros, chegou aos
cinemas no ano de 2013.
O livro conta a história de um garoto chamado Percy
Jackson. Após descobrir ser filho de um dos Deuses do Olimpo sua vida muda
completamente passando por diversas aventuras, colocando a prova sua lealdade e
a sua fé aos deuses.
Com potencial para transformar-se em mais uma saga de
sucesso, como Harry Potter, Jogos Vorazes e outros, Percy Jackson
ganhou o título de “qual livro foi usado para adaptação? Porque o de Rick
Riordan não foi”.O primeiro filme tinha tudo para alcançar seus objetivos,
com a direção de Chris Columbus (responsável também por sucessos como Harry
Potter e a pedra filosofal, o clássico Os Goonies, Gremlins e Uma babá quase
perfeita, de 1993), o roteiro de Craig Titley ( Scooby Dôo, O filme, Doze é
demais 1 e 2) acabou indo para um lado totalmente desconhecido da obra.
Para começar temos a diferença de idade apresentada do
livro para o filme. Os personagens principais tem na verdade a idade de 13
anos, enquanto na adaptação são vividos por adolescentes de 16 à 18 anos. Fica
evidente que os responsáveis pela adaptação gastaram todo o seu tempo a busca
de um Percy perfeito e conseguiram, com a escolha de Logan Lerman. No entanto,
os outros personagens são vividos por atores sem poucas semelhanças como o exemplo
de Annabeth Chase, loira e nem tão bela, ser Alexandra Daddario.
As mudanças não ficam apenas por conta dos personagens há
diversas falhas na construção da história. O primeiro filme começa de forma
semelhante, porém quando Percy descobre ser filho de Poseidon e chega ao
Acampamento Meio-Sangue diversas modificações acarretam em sua tentativa de
provar que não roubou o raio mestre de Zeus gerando um final alternativo para a
primeira parte. Além de tudo, existem diversas tentativas de piadas mal sucedidas
para o lado sexual, cenas inventadas, enquanto outras simplesmente não são
incluídas e erros cruciais, que poderiam ser evitados, como o fato de os
campistas utilizarem tecnologia, quando é algo proibido, pois pode servir de
rastreamento para monstros.
O segundo volume não fica para trás, na verdade, é ainda
pior. No filme a grande profecia é incluída, quando nos livros é apresentada
somente no último exemplar, além de à volta do grande vilão, o Senhor dos
Titãs, que mais parece uma peça de Lego.
É fácil concluir o resultado desta ideia: quem assistir os
filmes de Percy Jackson, ou ser apenas um admirador da mitologia grega, jamais
irá terá vontade de ler os livros. Não é à toa, a luta incessante dos fãs por
meio de redes sociais para a Netflix produzir uma série, realmente, baseada nos
livros. Uma pena para o escritor Riordan e os fãs que realmente sabem o
potencial por trás desta adaptação.
2. Thor
Os filmes de Thor encaixam-se no curioso caso onde o antagonista rouba à cena. É assim que a história ficou marcada para boa parte dos fãs dos quadrinhos da adaptação da mitologia nórdica Thor, pois se não fosse Loki (Tom Hiddleston) os dois filmes seriam quase um clichê romântico
Na história dos quadrinhos, Thor é um jovem arrogante e
impulsivo. Durante uma de suas aventuras, perseguindo um pássaro de pedra acaba
invadindo o reino dos Gigantes do gelo violando um tratado estabelecido por
Odin. Deste modo, acaba sendo banido por seu pai, em uma tentativa de lhe
ensinar a virtude que lhe faltava. Assim, ele cai na Terra com o nome de Doutor
Donald Blake – no filme a uma pequena referência a isto, usando o nome para um
ex-namorado de Jane – com memórias de uma vida humana, sem saber quem era de
verdade, com um talento para a medicina e manco de uma perna. Só com isso, já
temos a noção do quanto à história dos Estúdios Marvel deixa a desejar, já que
no filme Thor é banido por enfrentar o pai e causar uma guerra desnecessária,
jamais perdendo a essência de ser um príncipe e querendo a todo custo voltar
para Asgard.
Em ambos os casos Thor se apaixona pela humana Jane
Foster, com pequenas diferenças já que na HQ ela é uma enfermeira e no filme
cientista. No entanto o romance não dura muito tempo, pois na versão literária
Thor leva Jane até Asgard, com o intuito de se casarem, porém Odin mostra que a
garota não está preparada para conviver com os deuses, e assim, Thor a deixa de
lado, casando-se com a deusa Sif. Enquanto isso, no universo cinematográfico a
ênfase maior fica por conta do casal e a retratação de uma Jane apaixonada,
ganhando mais uma diferença clara para a HQ, pois Jane despreza Donald por ser
manco e pouco atraente, somente dando valor a ele, quando descobre ser um Deus.
O grande destaque para os dois filmes ficou por conta de
Loki, que consegue ser um personagem cativante e engraçado, garantido sua
participação como o grande vilão que todos aprenderam a amar.
Esse é um assunto que rende muita discussão e nós com certeza iremos continuar...